Relatório da Comissão Europeia assinala início da criação de emprego no Sul da Europa. Mas para Portugal as notícias estão longe de ser boas. No Observatório Europeu de vagas de emprego, Bruxelas dá conta das funções com maior potencial de crescimento. E, para Portugal, a conclusão é só uma: só vão crescer áreas pouco ou nada qualificadas, que aumentam o fosso com a Europa do Norte.
A abrir a lista realizada pela Direção-Geral de emprego da Comissão Europeia vem a função de lojista, logo atrás aparecem operadores fabris especializados em têxteis, peles ou couro e, em terceiro lugar surge a função de doméstica tanto para lares, como escritórios ou hotéis.
A lista de Bruxelas continua com mais sete funções onde aparecem serviços sociais, trabalhadores na indústria de transformação, construção ou distribuição. E, nesta lista pouco qualificada, a formação superior surge apenas em quinto lugar onde se fala dos professores de ensino secundário e em décimo nos profissionais da área cultural ou culinária.
As profissões com mais futuro em Portugal contrastam especialmente com as que são requeridas no Luxemburgo (diretores, financeiros e matemáticos ou enfermeiros e relacionados à saúde); Holanda (especialistas em direito ou enfermeiros) ou Dinamarca (engenheiros e físicos ou especialistas em serviços sociais).
E Bruxelas não estranha, dizendo que "as tendências sobre as ofertas de emprego mostram o fosso crescente entre as oportunidades de trabalho existentes no Norte e no Sul da Europa".
Não é tudo mau. O relatório admite que começam a nascer vagas de emprego no Sul da Europa, o que não aconteceu no período mais recente, e até dá Portugal e Espanha como exemplo. No entanto, Portugal volta a ser mencionado para dizer que é cada vez mais frequente a contratação de trabalhadores qualificados para a realização de trabalhos precários.
"Os mais recentes desenvolvimentos sugerem que no Sul da Europa a recuperação está a chegar, arrastada pelo setor privado, e em Portugal pelo setor dos serviços", pode ler-se no relatório. Mas, "no geral nenhum setor privado está a oferecer as melhores perspectivas de emprego".
A isto, Bruxelas junta a ideia de que "apesar das recentes melhorias" as perspectivas de contratação "ainda são más" nos países do sul. "O rácio de desempregados para as contratações aumentou de 2,5 para 2,7 indicando que as perspectivas de emprego, no geral, agravaram-se".
Fonte: http://www.dinheirovivo.pt/economia/interior.
Sem comentários:
Enviar um comentário